Apresentação
Vou iniciar essa série de posts sobre Interfaces de busca abordando um dos aspectos mais críticos de seu desenvolvimento que é a entrega de um projeto dessa complexidade a uma única área da organização.
O texto a seguir se aplica a qualquer interface de busca.
Pode ser uma biblioteca digital, uma loja de varejo online, um órgão público
que presta serviços e assim por diante. São conceitos universais relacionados
ao desenvolvimento e metodologias de desenvolvimento de interfaces de busca na
web.
É comum vermos o desenvolvimento de sistemas de informação e
sua interface de busca como sendo atribuído à área de Tecnologia da Informação.
Esse é um equívoco muito comum nas organizações. Algumas empresas possuem apenas área de TI e
não veem necessidade de novos recursos técnicos, como por exemplo uma biblioteca. Porém, a eficácia de um projeto desse perfil depende da visão da informação, da
tecnologia, do design de interação e do público-alvo e portanto de um comitê
multidisciplinar capaz de entregar um ambiente com metodologia e
funcionalidades que garantam o encontro da informação e não apenas e tão
somente a operacionalização do sistema de busca.
A diferença entre a busca e a encontrabilidade (findability) é outro aspecto que precisa ser internalizado e perseguido em um projeto de interface de busca.
Criar indicadores, monitorar seu público-alvo, elaborar pesquisas periódicas e
implementar melhorias, são algumas das regras básicas.
Áreas envolvidas no desenvolvimento
A interface de busca é planejada para o usuário e portanto vou introduzir conceitos e metodologias de Usabilidade, Ux (experiência do usuário), Design de Interação (Design Thinking) e Ciência da Informação para abordar o tema. Considero essas três áreas como complementares à Tecnologia da Informação, vista hoje na maioria das organizações como sendo responsável por seu desenvolvimento.
Muitos confundem, mas são conceitos bem diferentes. Um
aspecto é você se preocupar com uma interface “usável” e outro aspecto é ter
certeza que o usuário está tendo uma experiência boa ao utilizá-la além de um
alto grau de encontrabilidade em sua busca.
Portanto, medir e acompanhar essas
métricas são parte importante do processo de desenvolvimento permanente.
Design de Interação - A disciplina compreende
as necessidades do usuário e produz conceitos, soluções e designs voltados para
suas necessidades, baseado no comportamento humano, na psicologia e no estudo
do comportamento do usuário diante da interface.
Seu objetivo é bem diferente
de um desenvolvedor, pois não envolve dominar códigos e fazer a interface
funcionar do ponto de vista operacional. O design de uma interface de busca deve
ser uma experiência agradável e a visão é o órgão dos sentidos mais importante
a ser trabalhado nessa questão.
Empresas que se utilizam apenas da tecnologia, fazem a interface funcionar, mas muitas vezes não resolvem a necessidade de encontrar informação. Tudo funciona, mas nada funciona.
Empresas que se utilizam apenas da tecnologia, fazem a interface funcionar, mas muitas vezes não resolvem a necessidade de encontrar informação. Tudo funciona, mas nada funciona.
Ciência da Informação - Bibliotecários são profissionais da área da
Ciência da Informação e têm em sua formação alguns conceitos relevantes para
justificar sua participação na equipe. Segundo Rosa e Moraes(4), a definição de um vocabulário de termos padronizados
visando obter consistência ao longo do conteúdo e um mapa metafórico objetivando a representação da sua estrutura,
pouparia tempo do usuário se as interfaces tivessem elementos mais padronizados,
pois facilitaria a utilização e o aprendizado.
Descrever com qualidade seus recursos informacionais (qualquer que seja sua área, objeto de um registro), padronizar a entrada de dados, criar taxonomia de navegação, rotulação (nome) nos menus, organizar a informação digital, definir relatórios e formas de representar os resultados, são pilares da arquitetura da informação e podem ser definidos por bibliotecários especialistas na área que trazem consigo conceitos fortes da Biblioteconomia e Ciência da Informação sobre o tema deste post, pois são preparados para elaborar Thesaurus que é um nível mais sofisticado de vocabulário controlado com relacionamento entre termos.
Descrever com qualidade seus recursos informacionais (qualquer que seja sua área, objeto de um registro), padronizar a entrada de dados, criar taxonomia de navegação, rotulação (nome) nos menus, organizar a informação digital, definir relatórios e formas de representar os resultados, são pilares da arquitetura da informação e podem ser definidos por bibliotecários especialistas na área que trazem consigo conceitos fortes da Biblioteconomia e Ciência da Informação sobre o tema deste post, pois são preparados para elaborar Thesaurus que é um nível mais sofisticado de vocabulário controlado com relacionamento entre termos.
Análise heurística
Conhecer análises heurísticas e adaptá-las à sua
realidade é outra dica importante. O termo avaliação heurística foi introduzido
no início da década de 90 por Jakob Nielsen e Rolf Molich. “A
avaliação heurística é um método de avaliação de usabilidade onde especialistas
em usabilidade (inspetores) inspecionam as características da interface
(especificações, protótipos ou o produto final) e analisam se elas vão contra
as heurísticas“.
O link acima é muito útil, pois apresenta as
principais heurísticas de usabilidade e dentre elas a heurística de Rosenfeld sobre busca que
destaca os seguintes itens a serem avaliados:
1. Onde está localizada a busca no ambiente?
2. O que será pesquisado?
3. Como posso efetuar uma pesquisa?
4. O que encontrei?
5. Como posso encontrar mais resultados?
6. A busca pode ser integrada com outros componentes da
interface?
7. O que posso fazer depois de concluir minha busca?
Veja mais detalhes sobre a heurística sobre busca.
Veja mais detalhes sobre a heurística sobre busca.
Preece et al. (3) propõem as seguintes metas de usabilidade:
Se você
deseja aprofundar o tema, siga algumas das referências que indico. A
dissertação de Liriane Camargo (1) é especialmente importante para os
profissionais que atuam em projeto de bibliotecas digitais.
Próxima semana continuo o papo sobre Interfaces de busca! Vou deixar para mencionar exemplos um pouco mais adiante, pois o importante é desenvolver a visão crítica do leitor para avaliarmos algumas interfaces.
Próxima semana continuo o papo sobre Interfaces de busca! Vou deixar para mencionar exemplos um pouco mais adiante, pois o importante é desenvolver a visão crítica do leitor para avaliarmos algumas interfaces.
Comentem, sugiram, compartilhem! Vamos trocando ideias, pois há muito por fazer nesse campo de estudo.
REFERÊNCIAS
- CAMARGO, Liriane Soares de
Araújo de. "Arquitetura da
informação para biblioteca digital personalizável." (2012).
- CARLOS, Vela João, et al. "O ergodesign e a engenharia de usabilidade de interfaces. como facilitadores para o usuário na busca de informações." Blucher Design Proceedings1.4 (2014): 1782-1793.
- PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen.Design
de interação: além da interação homem- computador. Porto Alegre:Bookman, 2007.
- ROSA, José Guimarães Santa; MORAES,Anamaria de. Avaliação de projetos no design de interfaces.Teresópolis:2AB,
2008.
Caso tenha interesse em desenvolvimento de taxonomia Veja este treinamento previsto para 25/02/2016 www.ctdoc.com.br.
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