sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Cultura organizacional x Informação 2.0

Ontem uma aluna do curso de Ciência da Informação me perguntou como fazer para trabalhar com informação 2.0 e aí me veio a idéia de escrever um pouco sobre como buscar essa oportunidade.

A grande maioria das bibliotecas e centros de documentação ainda está trabalhando em um formato convencional, no máximo com um sistema de informação na web, mas muito poucas com iniciativas colaborativas, típicas da web 2.0. Ainda não encontramos sistemas convencionais de gestão de acervo permitindo que o usuário comente um registro, atribua uma nota, inclua suas tags (palavras-chave) e possa compartilhar conteúdos com outro usuário. Alguns estão caminhando nessa direção, mas não conseguem acompanhar a velocidade das mudanças e experiência dos usuários na web, que desde 2005 já sabiam o que era taguear no Delicious e no Flickr. Um exemplo rico na web e que serve de fonte de inspiração é a Ann Arbor Digital Library. Vale a pena se cadastrar para sentir a experiência de ser 2.0. 

Voltando à aluna eu respondi, fuja do convencional que não sinalize mudanças, que tenha uma cultura conservadora e que não tenha espaço para a criatividade. Muito cuidado ao aceitar um emprego. Existem vários indicadores que revelam a cultura organizacional desde o primeiro contato na entrevista. Se a organização não te libera para um evento profissional, dificilmente ela te dará espaço para criar algo que não seja determinado por ela. Esse é um indicador fraco de capital intelectual e revela aspectos preocupantes como falta de interesse em crescer, em mudar e inovar. 


Você estando em uma organização pode experimentar quebrar certas regras e tentar sugerir outras, mas se não obtiver eco, melhor olhar para o mercado e ver onde estão outras oportunidades. 


Eu sempre digo que a profissão do bibliotecário tem o privilégio de poder atuar em qualquer área do conhecimento e lidar com qualquer tipo de informação. Como a informação está muito valorizada, pois estamos nos afogando nesse dilúvio informacional, a hora é agora! É preciso deixar para trás comportamentos e modelos mentais arraigados para lidar com o novo e buscar competências que faltam para enfrentar os desafios.

Ler/estudar muito sobre processos, inovação, cultura organizacional, gestão de mudanças, estratégias e temas afins para poder implantar novos processos, novas idéias e assim, mesmo estando em um ambiente conservador é possível identificar o clima organizacional e pensar em uma estratégia homeopática. Talvez não necessariamente em bibliotecas convencionais, mas é possível transformar um ambiente convencional em criativo com liderança, ousadia e competência. 

Lembre-se: se a estratégia deu errado, o problema pode estar nas pessoas e não na estratégia. As pessoas são responsáveis pelo sucesso ou fracasso de um projeto e até de uma empresa. 

Para reforçar esse post, segue um vídeo de pouco mais de 2 minutos com o cientista Silvio Meira falando sobre a importância da inovação. Pense nisso aplicado à sua área na organização e descubra o que é possível fazer para inovar.

E qual é a sua experiência sobre esse tema?


A importância da inovação nas estratégias de crescimento , Silvio Meira




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pinterest x Instagram


E não para de surgir novas ferramentas que não precisamos, mas começamos a curtir e acabamos viciados.
O nome Pinterest é uma combinação de "pin" do inglês pino, prego, alfinete, com “interest”, de interessante ou, em uma tradução livre: “interesses pregados” em um mural virtual no caso.
O Pinterest surgiu no início de 2010 e nos EUA já ultrapassou o número de views de todos os reis das redes sociais juntos: Google+, Facebook e Twitter.
É um mural virtual, onde os "pinners" (usuários) postam seus "pins" (posts) que podem ser um vídeo, um gráfico, uma imagem...e criam categorias atribuindo tags (palavras-chave) e permitindo o re-pin (compartilhamento).
Assim, a mais nova rede social vai atraindo empresas que desejam fazer contatos de primeiro grau com seus clientes apresentando produtos e serviços em uma espécie de loja virtual, chamada de "pinboard". Não é possível comprar o produto, mas dá para fisgar o cliente apenas com as imagens se forem bem produzidas. Assim, cases começam a surgir no Brasil e tudo indica que o Pinterest veio para ficar, pelo menos por um bom tempo.

Quer ver um exemplo de como os twitteiros estão remetendo seus leitores para o Pinterest? Veja esse tweet e clique no link. O limite do uso dessa plataforma é a sua criatividade.


Quer ouvir a palavra de Deus e dos profetas? Aqui




Já o Instagram, comprado recentemente pelo Facebook por 1 bilhão de dólares, possui recursos sofisticados para o tratamento de imagens, se confunde um pouco com o Pinterest, mas tem uma diferença importante, pois não permite vincular imagens de outros álbuns e não é possível criar categorias, apenas tags para busca...pelo menos até o horário em que esse post for publicado...rs.


Você pode achar que são muitos recursos ao mesmo tempo e de fato não utilizaremos todos, mas para uso profissional, para as empresas elaborarem suas estratégias digitais e alavancar suas vendas, com certeza o caminho é por aí. Conhecer todas as ferramentas, entender sua aplicação pensando em seu mercado, produto e/ou serviço e aí escolher caminhos alternativos ou conjuntos. Por isso é muito importante conhecer os conceitos e entender que nenhuma das ferramentas é igual à outra e que em um curto espaço de tempo esse cenário se modificará completamente. Então é preciso no mínimo seguir no Twitter as principais fontes de informação nessa área. Quer uma dica? Basta entrar no meu Twitter @renaland e ver quem eu sigo.

O que você achou desse post? Vou procurar intercalar posts sobre produtos e temas. Assim, no próximo post falarei um pouco sobre o desafio da gestão da informação em tempos de BigData.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

LinkedIn: como e quando usar?


O meu primeiro emprego como profissional conquistei após ler e selecionar algumas vagas em um caderno de emprego do jornal OESP em 1985. De lá pra cá não é preciso dizer o quanto mudou, mas a pergunta sempre aparece: onde posso procurar emprego hoje se não existem mais oportunidades de emprego nos jornais? Hoje você deve construir sua rede de relacionamento, ir a eventos e estar bem posicionado nas redes sociais. E o que significa isso? Estar onde os recrutadores estão. 

Ter um blog, uma página bacana (com conteúdo) no Facebook e estar no LinkedIn, rede de relacionamento e emprego para profissionais, ajuda muito, pois as oportunidades surgem através de contatos ou através das redes sociais. Praticamente não existe outro caminho. Os caminhos mais convencionais que são através de anúncios, não estão mais nos jornais e a publicidade também está dedicando uma parte maior de seu orçamento para campanhas online. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre o LinkedIn.

LinkedIn em números
  • Usuários Mundiais: 175 milhões.
  • Usuários Brasil: 9,8 milhões.
  • Ofertas de Emprego disponíveis na página oficial do Linkedin: 150.000 (mundo).
  • Empresas registradas: 2,5 milhões.

Invista em sua rede de relacionamento


Além de ser possível cadastrar um currículo personalizado, é possível se conectar com pessoas que trabalharam nas mesmas empresas e/ou estudaram nas mesmas escolas. (Re) Construir sua rede profissional para que amigos te indiquem ou te avisem sobre uma vaga é estratégico para obter sucesso. Uma outra vantagem é a atualização permanente das informações de contato. Quem está na rede quer ser encontrado e mantém seus dados atualizados.

Participe de grupos de discussão

Além de poder criar seu currículo e criar sua rede, é possível participar de grupos de discussão, grupo de RH com ofertas de emprego e empresas que sejam particularmente interessantes para você. 
Investir uma vez por semana, tecendo a rede, participando e colaborando em algum grupo, ou mesmo apenas navegando e entendendo o uso que outros fazem do Linkedin, já será de grande valia.

Os empregos definitivamente migraram para as redes ou estão no boca a boca. Oportunidades surgem surgem até mesmo pelo Twitter. Vejam esse caso extraído de minha página no Twitter.

Vagas para Curador de conteúdo de midias sociais na! Tá afim? Envie-me um email pelo meu blog ;-)



Não se preocupe em deixar seu cadastro caso esteja empregado. TODOS fazem isso e ter seu currículo no Linkedin não significa necessariamente que você está buscando uma oportunidade. É possível apenas construir uma rede ou participar de um grupo de discussão ou ainda ser encontrado.

Quer dominar o Linkedin e saber muito mais? Segue a dica desse e-book de Portugal, simples e claro, disponível no SlideshareEbook – Guia de Emprego Linkedin 2012, por Rui Pedro Caramez.


E você, já experimentou o LinkedIn?  


No próximo post vou falarei sobre o Pinterest, Vc já conhece?

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Twittar ou não Twittar?




Nem um e nem outro. Explico neste post como vejo e uso o Twitter.

Quando o Twitter surgiu em 2006, criado por Jack Dorsey, muitos aderiram apenas para dizer o que estava acontecendo consigo naquele momento ou até mesmo para dizer o que estavam pensando. Essa falta de sentido e perda de tempo criou uma imagem equivocada do Twitter e ele até hoje não é tão popular quanto o Facebook e muitos o consideram absolutamente desnecessário. Bom, o celular também era desnecessário. A necessidade foi criada a partir de sua invenção. Eu vivi cerca de 40 anos sem celular e poderia viver mais 40 anos sem Twitter...rs, mas ele está aí e de alguma forma podemos incorporá-lo em nossos hábitos de leitura e pesquisa. 

Com o tempo e a prática em outras ferramentas de socialização, o Twitter foi se firmando e uma cultura de compartilhamento começou a amadurecer. Por ser um microblog com restrição de 140 caracteres começaram a surgir diversos encurtadores de URL 
(ex.: migre.mebit.il e mais recentemente, o próprio Twitter). 

Artifícios como links remetendo para o conteúdo completo do post, driblando o limite de caracteres também são amplamente utilizados. Veja um exemplo:

Saiu o livro Economia Criativa, Um Conjunto de Visões, patrocinado pela Fundação Telefônica, com um capítulo meu: Toda…

Outro destaque são as hashtags, caracterizadas pelo símbolo #  que auxiliam na categorização das informações e ajudam como indicador para saber sobre o que os twitteiros estão compartilhando mais em um determinado momento. Veja o exemplo: 

RT  When you are down to nothing, remember that you really have the power to make something out of nothing.

Este exemplo ilustra o fascínio que o Twitter exerce em seus seguidores.
Gostei da frase acima no exemplo, entrei na página do @RabbiShaiSpecht e observei que ele tem 50.000 seguidores e segue 6.000 pessoas. Duas informações valiosas, pois é aí que gostaria de chegar.

O que poucos percebem na ferramenta é o potencial de se aumentar exponencialmente nossa curva de aprendizagem. Como? A ferramenta é aberta e você não necessita solicitar amizade, basta clicar em "seguir". Assim, é possível localizar pessoas de sua referência e começar a receber as novidades que elas postam. E não é só isso. A partir das pessoas que você segue, é possível ver quem ela segue. Assim, chegamos rapidamente no guru dos gurus e podemos segui-lo também, bastando um clique.

Outro exemplo? um guru que sigo, Peter Morville, autor de livros sobre Arquitetura da Informação e Busca, é uma referência internacional e muito provavelmente quem ele segue são gurus com afinidades e especialidades semelhantes. Ou seja, o twitter segue a máxima "o amigo de meu amigo, também é meu amigo". 

Assim, teço minha rede no Twitter, seguindo pessoas que muitas vezes são fontes primárias de informação. Têm seus blogs e escrevem artigos que muitas vezes tornam-se livros. E onde eles divulgam sua produção intelectual em primeira mão? No Twitter.

Muitos twittam eventos em tempo real e se você não pode ir, basta pesquisar a hashtag do evento que você verá todos os posts a respeito. Muitos repetidos? Sim, mas aí é uma questão de praticar a curadoria, pois em tempos de BigData, a quantidade de informação repetida em qualquer ambiente é gigantesca.

Se eu twitto? Muito pouco. Normalmente eu retuito (encaminho/forward), ou seja, repasso para minha rede de seguidores o que acho mais relevante, mas invisto meu tempo praticando a curadoria de informação nos conteúdos que recebo. Muitos se transformam em "linkoteca", um ambiente no Delicious onde armazeno blogs e páginas da internet que possam ser úteis para estudo e palestras. Assim, twittar, torna-se um verbo muito útil de se praticar além de permitir que nos aproximemos rapidamente de Buda..rs. É a teoria de 6 graus de separação na prática! 

Procure usar o Twitter para seguir suas referências e ir ampliando sua rede/fonte de conhecimento. Não precisa ter assunto para postar, basta seguir os passos de quem já é seguido por centenas ou milhares.

Os brasileiros estão em segundo lugar no ranking de usuários do Twitter com mais de 30 milhões de usuários, segundo dados da Semiocast. Experimente! Se você gosta de estudar, pesquisar e ler, com certeza será fisgado por esse potencial enorme de ampliar seu universo.
E aí? Você continua achando o Twitter uma perda de tempo?
Espero seu comentário!

Em meu próximo post falarei sobre o Linkedin e sobre como eu utilizo seus recursos. 
O Linkedin está muito próximo do Twitter em números. Ambos estão com cerca de 150 milhões de usuário. O Facebook está chegando em 1 bilhão!


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Curadoria de Informação

A primeira vez que ouvi a expressão "curadoria de informação", coincidiu com a primeira vez que ouvi falar em BigData, a explosão da informação. 

curadoria de informação na web foi o tema da palestra do pesquisador Steve Rosenbaum, autor do livro Curation Nation, em 2011, quando ele menciona que precisamos de alguém para nos dizer o que de fato é importante. Nossos cérebros não conseguem processar a informação relevante na quantidade que ela está sendo ofertada. Como preservar a qualidade e relevância? 


Por mais que o Google crie algorítimos e procure tentar mapear nossos pensamentos filtrando informação, ainda não é possível traduzir a complexidade de nosso cérebro mapeando e interpretando o que pensamos. Isso, sem contar que a mesma informação pode ter significado e valor diferente para cada receptor.


Será que estamos chegando em um momento onde os computadores interpretarão nossas perguntas através de sinais cerebrais e ultrapassaremos a web semântica, pois dela já não precisaremos?


O cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, acaba de provar em uma palestra em São Paulo, emocionando a platéia, que um macaco nos EUA consegue enviar sinais cerebrais a um robô no Japão, fazendo com que o robô ande. Nichollelis promete grandes avanços para daqui a dois anos no máximo. Ainda segundo Nichollelis, estamos saíndo da era do culto ao corpo para a era do culto ao cérebro que simplesmente não precisará mais do corpo. Exagero? Não dá para afirmar diante das evidências por ele mostradas.

Simultaneamente a esses avanços, estamos ouvindo falar da Internet das coisas , tecnologia que possibilita a comunicação entre você e as garrafas de cerveja de sua geladeira. 


Qual seria o papel do curador de informação diante desse cenário? É um papel complexo, de visão sistêmica, que requer rigor, critério, conhecimento de fontes de informação, além de conhecer as múltiplas necessidades de seus usuários/internautas/clientes perante esse universo informacional que se apresenta. Criar significado e agregar valor à informação é a essência de uma curadoria de informação, papel indispensável em tempos de explosão da informação.



O que você acha sobre esse tema?


Próximo post? O que estou aprendendo no uso do Twitter.