Ontem uma aluna do curso de Ciência da Informação me perguntou como fazer para trabalhar com informação 2.0 e aí me veio a idéia de escrever um pouco sobre como buscar essa oportunidade.
A grande maioria das bibliotecas e centros de documentação ainda está trabalhando em um formato convencional, no máximo com um sistema de informação na web, mas muito poucas com iniciativas colaborativas, típicas da web 2.0. Ainda não encontramos sistemas convencionais de gestão de acervo permitindo que o usuário comente um registro, atribua uma nota, inclua suas tags (palavras-chave) e possa compartilhar conteúdos com outro usuário. Alguns estão caminhando nessa direção, mas não conseguem acompanhar a velocidade das mudanças e experiência dos usuários na web, que desde 2005 já sabiam o que era taguear no Delicious e no Flickr. Um exemplo rico na web e que serve de fonte de inspiração é a Ann Arbor Digital Library. Vale a pena se cadastrar para sentir a experiência de ser 2.0.
Voltando à aluna eu respondi, fuja do convencional que não sinalize mudanças, que tenha uma cultura conservadora e que não tenha espaço para a criatividade. Muito cuidado ao aceitar um emprego. Existem vários indicadores que revelam a cultura organizacional desde o primeiro contato na entrevista. Se a organização não te libera para um evento profissional, dificilmente ela te dará espaço para criar algo que não seja determinado por ela. Esse é um indicador fraco de capital intelectual e revela aspectos preocupantes como falta de interesse em crescer, em mudar e inovar.
Você estando em uma organização pode experimentar quebrar certas regras e tentar sugerir outras, mas se não obtiver eco, melhor olhar para o mercado e ver onde estão outras oportunidades.
Eu sempre digo que a profissão do bibliotecário tem o privilégio de poder atuar em qualquer área do conhecimento e lidar com qualquer tipo de informação. Como a informação está muito valorizada, pois estamos nos afogando nesse dilúvio informacional, a hora é agora! É preciso deixar para trás comportamentos e modelos mentais arraigados para lidar com o novo e buscar competências que faltam para enfrentar os desafios.
Ler/estudar muito sobre processos, inovação, cultura organizacional, gestão de mudanças, estratégias e temas afins para poder implantar novos processos, novas idéias e assim, mesmo estando em um ambiente conservador é possível identificar o clima organizacional e pensar em uma estratégia homeopática. Talvez não necessariamente em bibliotecas convencionais, mas é possível transformar um ambiente convencional em criativo com liderança, ousadia e competência.
Lembre-se: se a estratégia deu errado, o problema pode estar nas pessoas e não na estratégia. As pessoas são responsáveis pelo sucesso ou fracasso de um projeto e até de uma empresa.
Para reforçar esse post, segue um vídeo de pouco mais de 2 minutos com o cientista Silvio Meira falando sobre a importância da inovação. Pense nisso aplicado à sua área na organização e descubra o que é possível fazer para inovar.
E qual é a sua experiência sobre esse tema?