domingo, 27 de outubro de 2013

Aos estagiários 2.0 com carinho: cuidados na apresentação do currículo


Com 30 anos de carreira já passei por inúmeras experiências de contratação. Recentemente precisei contratar um estagiário e me deparei com vários erros cometidos por candidatos que podem ser simples de serem sanados. Então resolvi registrar algumas dicas de maneira simples esperando contribuir em aumentar as chances de contratação.

Depois de escrever os itens abaixo percebi que serve não apenas para estagiários, mas para todos que tenham alguma dúvida e que possam usufruir de alguma ideia.

Aí vão as dicas que considero relevantes:

a. Apresentação - Estruture o currículo de forma clara, com objetivos, todos os dados de contato, informações pessoais e acrescente no mínimo um parágrafo sobre suas atividades em cada experiência. Envie conforme solicitado sempre com o mínimo uma frase de encaminhamento.
Caso vc não se encaixe à vaga e queira arriscar, envie um texto se apresentando e perguntando se pode enviar o currículo mesmo assim. NÃO envie currículo sem que esteja minimamente dentro do perfil solicitado. Isso deixa o recrutador nervoso e você dificilmente chamará a atenção de forma positiva. Um tamanho ideal de currículo está em torno de duas a três páginas.

 
b. Personalize o currículo - Cada oportunidade é única. Só envie o mesmo currículo quando tiver a certeza de que as oportunidades são semelhantes. Do contrário procure destacar e descrever em sua experiência aspectos semelhantes aos que estiverem sendo solicitados na oportunidade. Às vezes o que uma oportunidade solicita está "escondida" em um curso que você fez ou em alguma atividade que exerceu. Aproveite para refazer o currículo com os destaques que lhe favorecem. Salve em um diretório os diversos perfis criados para facilitar o envio em uma próxima oportunidade.
 
c. Eventos - Participação em eventos é muito importante. Guarde todos os certificados e mencione no currículo aqueles que forem relevantes para a vaga pretendida. Se você é do tipo que vai em todos os eventos procure selecionar os mais relevantes e escreva pelo menos uma frase sobre o evento ou mande um link que esteja disponível na web.
 
d. Pretensão salarial - Caso o anuncio solicite a pretensão salarial, não deixe de colocar no mínimo seu último salário e benefícios ou sua pretensão com benefícios desejados. Atenção: PRETENSÃO escreve-se com "S". Você pode colocar uma faixa salarial ou uma estimativa sem se comprometer, mas não deixe de colocar algum valor caso solicitado. Isso pode ser considerado desatenção e seu currículo ser descartado para a vaga.
 
e. Editoração - Passe o corretor ortográfico e cuide da estética do texto, Justifique o texto alinhando o parágrafo, coloque itens ou números quando for o caso. Utilize negrito para destacar algo ou itálico caso a palavra seja um jargão ou em outra língua.
 
f.  Redes Sociais - Cuidado com seu perfil nas redes sociais. Se você é do tipo que escreve palavrão em post, fala mal de alguém ou só usa as redes sociais para reclamar que é segunda-feira ou comemorar que é sexta-feira, você pode perder uma boa chance de emprego. As redes sociais hoje são muito consultadas por profissionais de recrutamento e seleção e seu perfil social pode ser facilmente mapeado.
 
g. Perfil Profissional - Crie perfil no Linkedin, participe de grupos profissionais e construa sua rede aos poucos para que seus contatos falem sobre você e endossem suas qualidades. Um boa parte das oportunidades hoje vem das redes sociais e portanto estar nelas e participar comentando, compartilhando ou curtindo é fundamental.
 
h.  Plataforma Lattes - O Lattes é o ambiente onde docentes devem manter sua produção intelectual atualizada, mas ela pode ser utilizada por estudantes que desejam ir registrando seu currículo, seus eventos e sua produção intelectual também. Você pode criar um perfil acadêmico e incluir em seus dados pessoais o link gerado pela plataforma Lattes para divulgar seus dados no currículo.
 
i.  Jargões e Termos Técnicos - Se sua experiência for técnica, evite jargões do tipo "catalogação e indexação", "Setor de Referência" e outros...você pode mencionar, mas procure "traduzir". Se você sabe que o seu currículo irá para um profissional da área, aí você pode utilizar termos técnicos como uma exceção.
 
j.  Cultura organizacional - Cada empresa tem uma "personalidade" e você irá para uma primeira entrevista sem saber quais os hábitos e cultura da empresa. Procure ir com uma roupa discreta, social, sapato (tênis NUNCA) ou sandália. Homens de barba feita e mulheres sem muito decote, alcinhas ou saia muito curta. Na web tem muito conteúdo sobre a primeira entrevista, dicas de como falar etc. O mais importante é procurar ser o mais natural e autêntico possível.
 
k.  Cartão de visita - Faça um cartão de visita com seus dados pessoais, sua área de atuação e seu email pessoal. É barato e mais fácil de você ser lembrado. Utilize em eventos e até para anexar junto ao currículo.
 

  l. Email pessoal - Nunca dê seu email profissional para situações pessoais e evite ao máximo o uso de emails corporativos para trocar mensagens pessoais. Seus emails podem ser rastreados facilmente. Dependendo da empresa essa prática pode inclusive levar a demissão se houver políticas claras proibindo o uso. E aí vai o último toque. Se você assinar algum termo relacionado ao assunto não deixe de ler!

m.
 Lei do Estágio -Conheça a LEI Nº 11.788, DE  25 DE SETEMBRO DE 2008.  


Boa sorte!! 

sábado, 26 de outubro de 2013

Datalização: a pegada digital

Quem nunca brincou na praia de seguir pegadas na areia? Às vezes encontrávamos o dono da pegada, às vezes um chinelo perdido e muitas vezes elas iam sumindo e não encontrávamos nada. É mais ou menos essa a experiência que estamos tendo hoje ao buscar um conteúdo. Peter Morville já dizia, quando encontramos algo nos transformamos. Ao absorver um conteúdo e internalizá-lo passamos a adquirir novos conhecimentos. 

Quando o mundo ainda era analógico, as chances de encontrar algo pareciam maiores. À medida que as empresas digitalizam seus documentos e se virtualizam vai ficando uma sensação de perda de controle e aumenta muito a dificuldade de se encontrar informação criada digitalmente ou digitalizada. Quais são as boas práticas para procurarmos minimizar a perda da pegada digital e morrermos na praia ?

Para falar sobre esse assunto, recentemente esteve no Brasil participando do III Seminário Internacional Aquivos e Museus de Pesquisa, em São Paulo, Marcia Lei Zeng, da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade de Kent, nos Estados Unidos. A especialista  apontou a prática da datalização como a única forma de organizar e recuperar conteúdos digitais e a importância da Web Semântica nesse contexto. Breve a apresentação deve estar disponível no site do Sesc.
  
A expressão Datalização (derivada de dados em inglês), corresponde à utilização de ferramentas, práticas e protocolos a serem adotados no momento da descrição de um conteúdo digital. São políticas que devem ser adotadas no âmbito da organização.Se for uma instituição pública que necessita trocar dados, cresce a importância da busca por metadados padronizados para poder promover a interoperabilidade entre os conteúdos. Se a organização for privada, a responsabilidade em estabelecer políticas de datalização não diminui e o desafio torna-se até maior por tratar conteúdos que muitas vezes não possuem padrões de metadados, como por exemplo uma base de conhecimento de Quem é Quem na organização. 

sábado, 19 de outubro de 2013

Você sabe o que é Informação Extrema? E Pensamento Extremo?


Bem vindo ao pensamento extremo! Ele vai além do pensamento sistêmico tão disseminado e estudado por Peter Senge em seu livro A Quinta Disciplina. Não basta você ter uma visão 360 graus, agora é preciso ser vidente, capaz de pensar rapidamente nos impactos das novas tecnologias da informação e comunicação nos negócios e principalmente poder tratar dados e informação relevantes, que produzam sinergia e façam com que um mais um seja igual a três.

Provavelmente um chaveiro continua fazendo cópia de chaves com uma máquina muito parecida com a qual surgiu  esse negócio, mas para quem escolheu atuar no universo corporativo, infelizmente ou felizmente, não dá para continuar fazendo o mesmo. 
    
         " (...)  geralmente  as  pessoas  insistem  em  ver  o  velho  no  novo"  (Rodchenko  apud Lavrentiev, 1996)

Há poucos dias em São Paulo, aconteceu o evento ECM Show 2013 cujo tema principal foi a era da informação extrema. Mal passamos pela era da informação, era do conhecimento e agora surge a era da informação extrema, ou era da governança extrema da informação.  Fico imaginando que nome se dará daqui a 10, 20 anos, ao volume de informações e às tecnologias/inovações disruptivas, que criam novos mercados.

Abrindo um parênteses, o termo Inovação Disruptiva  foi cunhado por Clayton Christensen, e diz respeito às mudanças não relacionadas a uma revolução ou evolução. Elas rompem barreiras, paradigmas, modelos mentais e criam necessidades que não existiam. O notebook é um exemplo de inovação disruptiva. Ele permitiu que as pessoas conseguissem ter mobilidade ao usar o computador.

domingo, 13 de outubro de 2013

​Metadados e seus significados


A definição clássica, metadados são dados sobre dados, que lemos em todo início de artigo sobre o tema, não é suficiente para compreendermos o termo, suas implicações e aplicações. O universo de profissionais da informação que se utilizam dessa definição é muito amplo e os conceitos e entendimentos se confundem. 

O prefixo “Meta” vem do grego e significa “além de”.  Portanto, o objetivo é fazer com que o metadado vá além do dado. Então vou procurar explicar o que é esse “além” na visão de áreas distintas.

Para expor os diferentes conceitos, tomarei como base o entendimento e aplicação para os profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, comparados com profissionais da área de Tecnologia da Informação. O significado de dados sobre dados é completamente diferente.

sábado, 12 de outubro de 2013

Em tempos de Big Data, o cientista de dados é o profissional mais sexy do século XXI


Segundo a Harvard Business Review, a profissão de cientista de dados ganhou importância e tornou-se uma carreira promissora, sendo considerada como o emprego mais sexy do século 21. ​Você quer ser sexy? Então prepare-se!


Não é nada fácil ser um cientista de dado e as competências exigidas pelo mercado desafiam a formação profissional, pois faltam cursos e a experiência ainda limita os currículos de quem já está na área.

Até 2020, teremos 50 vezes mais informação do que temos hoje e a quantidade de dados não estruturados, as pegadas digitais que deixamos nas redes sociais e as informações estruturadas em bancos de dados, exigirão habilidades que hoje começam a ser muito valorizadas. Poder fazer previsões e analisar dados não estruturados é de um valor inestimável para uma empresa. Você já pensou o que uma empresa como a Amazon decide com base em  seu comportamento ao navegar pelo  site? Tudo! Cada clique que você dá é uma pegada digital e isso é monitorado e transformado em dado a ser analisado.

Gestão do conhecimento organizacional: é preciso fazer a lição de casa


Muito se lê sobre dado, informação e conhecimento, mas no momento de desenvolver um sistema de informação poucos refletem porque esses conceitos são apresentados nessa ordem. Por que dado vem antes de informação? A resposta óbvia é porque precisamos ter dados para obter informação, mas ​então por que muitas vezes temos a impressão de que não conseguimos obter informação e muito menos produzir conhecimento, mesmo achando que temos os dados necessários?​
A obtenção de conhecimento não é um processo automático, pois a informação necessita ser internalizada individualmente para que o processo de combinação entre o conhecimento que se possui seja combinado com as novas informações e assim seja convertido em novos conhecimentos. Esse ciclo, representado na figura abaixo, foi identificado e amplamente disseminado a partir da divulgação do chamado Modelo SECI, dos autores Nonaka e Takeuchi no início dos anos 90. Socialização, Externalização, Combinação e Internalização, são as etapas identificadas pelos autores para que o ciclo seja virtuoso. Assim sendo, faz-se necessário valorizar e qualificar o dado e a informação para a obtenção de novos conhecimentos.